27 de maio de 2016
Sadhus de Vrindavan dos Dias
Modernos
Ela faleceu 3 anos atrás [em 2013, aos 110
anos]. Seu último local de residência foi uma pequena tenda perto do Jagannath
Mandir em Vrindavan. Se não soubéssemos sua história, ela se pareceria com
qualquer senhora idosa de branco com a cabeça raspada, que às vezes chamamos
erroneamente de ‘viúvas’...
“Quando vim para Vrindavan em
1923 havia muitos animais selvagens de quatro pernas, agora há muitos mais dos
de duas pernas.” – Gopal Mata.
“Vim para Vrindavan 80 anos
atrás, quando tinha vinte e um, e vivi na floresta nos primeiros doze. Muita
gente diz ‘senhora doida, senhora doida’, mas o que me importa? É como um
elefante que anda com cachorros latindo ou pessoas jogando pedras nele. Mas o
elefante não se incomoda, ele continua a andar. Eu também ignoro o que as
pessoas dizem, e sinto que meus pecados estão sendo lavados pelos insultos
deles.
Uma vez eu estava em pé na beira
do Rio Yamuna e ouvi uma voz me dizendo ‘Pegue-me, pegue-me’, e foi assim que
encontrei esta Deidade, este Gopala Krsna. Eu acho Deidades todo o tempo no
Yamuna, e então eu As deixo em vários templos.” – Gopal Mata.
Gopal Ma tinha 104 anos quando a
encontramos há mais de cinco anos. Ele relembrou com claridade que veio para
Vrindavan em 1923, quando tinha 20 anos. Ela escolheu esta vida ao invés da
vida convencional de se casar etc. O nome de Gopal Mata dado por seu guru era Ananat Vallabhi Mohanto.
Por muitos anos ela viveu como um
asceta, ela disse que teve jata
[tranças embaraçadas] que iam até o joelho, dormia embaixo de uma árvore toda
noite na época que chegou aqui. Sua rotina era banhar-se no Yamuna e fazer o Parikrama ao redor de Vrindavan três
vezes todo dia. Um copo de leite à noite sustentava seu corpo. Isto é o que ela
ainda estava fazendo quando a encontramos, embora não houvesse mais locais
livres ou tranquilos para ela dormir como antes e frequentemente ela ficava na
casa de alguém temporariamente. Era difícil ela dizia, ela não gostava muito
dessa proximidade contínua com as pessoas.
A encontramos uma vez na casa de
uma família brajwasi, ela estava
ficando lá brevemente. Ela nos mostrou suas belas Goverdhan shilas, intricadamente pintadas por ela
e uma shaligram shila requintada e
rara. Da vez seguinte, a vi poucos meses depois, ela disse que tinha se mudado
pois havia muito violência pela área. Gopal Ma nos disse que uma vez encontrou
uma antiga Deidade astha dhatu [feita
de oito metais] no Yamuna (ela ouvia essas Deidades falando com ela e achou
muitas e as pegou, isto foi confirmado por muitas pessoas que a conhecem pelo
Kesi Ghat).
Esta Deidade foi apropriada pela Pesquisa
Arqueológica da Índia e Gopal Mata foi levada para encontrar o presidente da
Índia. Ela me disse o nome, mas eu esqueci qual presidente era. Enquanto estava
em Delhi, ela disse que Krishna a repreendeu e lhe perguntou se isto era o
porquê de ela ter vindo para Vrindavan. Então ela retornou imediatamente. Gopal
Ma dificilmente fala, nos disseram, e era muito incomum que ela tenha falado
tanto quanto fez. Ela era muito ativa em Vrindavan assim que chegou aqui,
ajudando as viúvas etc., mas tudo isto foi muito restrito pois afinal ela tinha
o coração de uma asceta solitária. Ela carregava sua pequena Deidade de Gopal
(também recuperada do Yamuna) em uma cesta. Ouvimos que os pandas de Bankey Bihariji colocavam o Thakurji dela no altar quando ela ia lá. Se não soubéssemos sua
história, ela se pareceria com qualquer senhora idosa de branco com a cabeça
raspada, que às vezes chamamos erroneamente de ‘viúvas’.
Obrigado à Radhika Goswami por
compartilhar.
Foto, cortesia de Laksmi
Greenberg.
Fonte: Vrindavan Experience
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