Resposta ao Artigo 312 do GBC
Por Hridayananda dasa Goswami
3 de junho de 2016
3 de junho de 2016
Queridos devotos,
Jaya Prabhupada!
Há poucos dias, o site da ISKCON dandavats.com publicou as atas e resoluções da reunião anual do GBC em Mayapura neste ano de 2016. O artigo 312 descreve minha reunião de janeiro em Los Angeles com o então presidente do GBC Praghosha Prabhu e meu irmão espiritual Vaisesika Prabhu, afirmando que “chegamos a uma melhor compreensão mútua”, o que decerto é verdade.
O Artigo 312 afirma ainda o seguinte:
1. Praghosha Prabhu “salientou enfaticamente” para mim a preocupação do GBC com a) minha crítica ao GBC e à ISKCON; e b) meu “comportamento relaxado como sannyasi”.
2. Concordei em suspender imediatamente minha crítica ao GBC e à ISKCON e adequar meu comportamento para melhor atender às expectativas do GBC.
3. Devido a necessidades de saúde e literárias, eu não estaria em turnê neste ano de 2016.
4. Concordei em me encontrar com o GBC este ano em Mumbai, em sua reunião anual no meio do ano, “para discutir todas as questões pendentes”.
Todos esses tópicos são verdadeiros, mas não estão completos ou equilibrados. De fato, nossa reunião em Los Angeles transcorreu muito bem precisamente porque ambos os lados foram razoáveis e justos, e reconheceram várias maneiras em que ambas as partes poderiam melhorar. Uma vez que a carta publicada no site dandavats.com apresenta só um lado, o do GBC, apresentarei aqui o outro lado.
1. Assim como Praghosha Prabhu salientou enfaticamente as preocupações do GBC comigo, eu também salientei enfaticamente minhas preocupações com o GBC, que incluem:
a) a necessidade de respeitar e implementar um processo justo em todos os procedimentos judiciais ou semijudiciais do GBC. Agora estou concluindo um artigo elaborado sobre esse tema, que fornecerá ampla evidência dessa necessidade.
b) a necessidade de basear decisões e julgamentos do GBC em guru, sadhu e shastra, em vez de nas opiniões ou sentimentos de membros individuais do GBC. Meses atrás, publiquei um ensaio que demonstrou claramente essa necessidade.
2. Na nossa reunião em Los Angeles, asseguraram-me repetidas vezes que se eu suspendesse minha crítica ao GBC, e evitasse polêmicas desnecessárias na ISKCON, o GBC retribuiria por meio de suspender seus ataques a mim e evitar polêmicas desnecessárias comigo. Mantive minha palavra, porém, infelizmente o GBC, em especial um membro, continuou a me atacar mesmo após eu concordar com todas as solicitações do presidente GBC na nossa reunião em Los Angeles. Felizmente, conversas subsequentes restauraram a paz entre nós, pelo menos até a reunião de outubro em Mumbai.
Concordei em adequar meu comportamento sannyasa, já que aceito como um importante dever evitar perturbar desnecessariamente a ISKCON, ainda que eu e muitos outros devotos nem sempre concordemos com alguns líderes conservadores e ultraconservadores em relação ao que constitui verdadeiro decoro sannyasa.
3. Minha decisão de evitar uma turnê este ano não foi uma maneira diplomática de concordar com a proibição de eu viajar. É o que eu disse: um descanso necessário.
4. Concordei em encontrar o GBC em Mumbai porque Prabhupada nos estimulou, quando discordarmos, a sentarmos juntos e resolvermos nossas diferenças, por sua causa e para o bem da nossa missão mundial.
Reitero que o Artigo 312 da ata da reunião do GBC em Mayapura neste ano de 2016 é em essência verdadeiro, mas incompleto. Forneci aqui informações adicionais que dão uma visão mais equilibrada acerca da reunião de janeiro em Los Angeles. É minha intenção continuar a cooperar com o GBC em consideração a Prabhupada e à ISKCON, e só posso esperar que o GBC cumpra seu dever e coopere comigo. Sou grato àqueles membros do GBC que agiram com verdadeira etiqueta e sabedoria vaishnava.
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