Dina
Sharana Dasi Torna-Se a Segunda Mulher Membro do GBC
Por Madhava Smullen para ISKCON News em
25 Mar 2011
Dina Sharana Dasi
Neste ano no encontro anual da Comissão do Corpo Governamental – a autoridade administrativa máxima da ISKCON – em Mayapur, Índia, a discípula alemã de Prabhupada Dina Sharana Dasi tornou-se nada menos do que a segunda mulher na história a aceitar a posição de membro GBC plenamente-eleito.
Seu caminho lá começa uma década atrás:
Um dia, enquanto lavava panelas em sua cozinha, ela teve o que ele chama seingebung em alemão – uma espécie de
visão inspiradora em sua mente – onde Srila Prabhupada lhe disse algo que mudaria
sua vida.
Dina Sharana é cuidadosa ao explicar
que a inspiração foi apenas em sua mente, não alguma visão mística – ela é
muito prática, mulher com os pés no chão com nenhum pouco de toque de Nova Era
sobre si e sem ilusões de avanços espiritual prematuro. Mas ela está certa de
que as palavras que ouviu Srila Prabhupada dizer em sua mente eram para ser
tomadas seriamente. Na tradição Vaishnava, palavras faladas pelo guru durante
sonhos noturnos devem ser tomadas seriamente – então por quê estas deveriam ser
diferentes?
“Estou preocupado em minha meditação,
porque meu movimento na Alemanha destruindo-se e ninguém está cuidando dele”,
disse Srila Prabhupada.
Naquele momento, Dina Sharana não
estava certa do que ela poderia fazer sobre isto, do porque ela estava
recebendo esta inspiração espiritual. Ela não estava envolvida em administração
e ela não vivia nem mesmo perto de um templo.
[...][i]
Por vários anos Dina Sharana cozinhou
toda a prasadam para as reuniões ela mesma, levou-a de carro com as Deidades –
anteriormente do templo de Wiesbaden – para o local, subia três andares e
arrumava tudo.
“Depois dos programas, eu limpava, levava as
Deidades de carro e todo o equipamento de volta para casa e carregava-os escada
acima para meu quarto” diz ela. “Levava uma semana para colocar tudo no lugar
normal novamente.”
[...]
Aproximadamente seis meses depois desta
experiência Dina Sharana se viu convidada para os encontros do Conselho
Nacional da ISKCON Alemã. Refletindo o estado do Yatra, os encontros foram
controversos e improdutivos, construído em tensão do modo como eles iam.
Finalmente Dina Sharana não pode suportar mais e disse, “Não podemos continuar
deste jeito.”
Ela falou intensamente, insistindo que
seu programa mensal fosse chamado de templo, embora ele não tivesse um local
permanente. Apesar de tudo, as Deidades originais estavam sob seus cuidados e
um grupo de devotos estavam reunidos ao redor delas. Sentindo o entusiasmo dela
crescer, ela continuou a falar expressando suas idéias e opiniões em outros
tópicos.
Logo depois dos encontros ela foi
eleita deputada da ISKCON Alemanha, embora a maioria dos memros do Conselho
Nacional sequer a conhecessem. [...] Tínhamos mais de um milhão de Euros em
dívidas, vários grupos Hindus tentavam comandar nossos templos e o Yatra inteiro
estava se destruindo.”
[…]
Em 2005, com a determinação e confiança
características ela voou para Mayapur a sede da ISKCON e falou para o
administrador “Eu quero falar com o GBC.”
[...]
“...Então através de alguns devotos que
conheci eu cheguei no secretário e passo a passo eu fiz meu caminho para os
encontros do GBC.” O GBC deu a Dina Sharana vinte minutos para falar. Ela falou
por mais de uma hora. Ela lhes disse com urgência e poder o quanto de
dificuldade a Alemanha passava, o quanto ela estava carente e como ninguém
estava tomando conta disto. Ela apresentou-lhes um plano detalhado para tirar a
ISKCON Alemanha desta bagunça que ela estava.
[...]
No caminho de saída de Dina Sharana o
GBC Húngaro Sivarama Swami a seguiu e lhe pediu para explicar seu plano para a
Alemanha em mais detalhes. [...] e lhe deu uma doação de 5.000 euros. O corpo
do GBC fez o mesmo lhe dando outros 5.000 euros do orçamento deles. Foi apenas
uma gota no oceano do débito da Alemanha mas fez Dina Sharana sentir que o GBC tinha
lhe escutado, que eles a estavam apoiando e tentando ajudar. Quando ela voltou
para casa, havia trabalho a ser feito. Havia seis casos judiciais pendentes com
mais de um milhão de euros que a ISKCON Alemanha devia a vários devotos, que
eram muito inimigos contra o movimento como resultado. Dina Sharana programou
para contatar cada um pessoalmente pedindo-lhes para serem pacientes e
prometendo que ela prestes a fazer tudo que podia para lhes pagar.
Ela convenceu então todos os
presidentes de templo na Alemanha a seguir com seu plano e com a pequena
quantia de ajuda financeira que eles pudessem dar continuaria com a campanha de
arrecadação para pagar o débito. “A primeira doação que consegui foi de uma
senhora paupérrima, que comprometeu-se a dar a cada dois meses €2,50 pois ela
estava muito inspirada pelo meu esforço embora não tivesse nada” diz Dina
Sharana. “Em retribuição, eu fiquei tão inspirada por ela que usando seu
exemplo fui capaz de levantar €700.000 e liquidar quase todo nosso débito.
Para assegurar que nenhum novo débito
ocorresse, Dina Sharana começou a reconstruir os sistemas e logo se viu
completamente envolvida na administração da ISKCON Alemanha em todos os níveis.
Ela era essencialmente o GBC atuante para o país.
Mas havia um problema. Dina Sharana era
uma mulher.
“Muitos dos homens não gostavam desta
mulher vindo de lugar nenhum e tomando todas essas decisões e lhes dizendo o
que fazer” ela diz. “Não ajudou o fato de eu nem mesmo ter uma posição oficial.
Pelos primeiros quatro ou cinco anos, houve muita politicagem contra mim e foi
muito doloroso. Eu pensei que eu poderia ter um colapso nervoso. Eu decidi que
eu não estava fazendo um favor a mim mesma nem para ninguém simplesmente
fazendo o trabalho de um GBC se ter essa posição. Eu pensei ‘Se eu sou boa o
bastante para fazer o trabalho, eu deveria ser boa o bastante para ter o
título. Se eu não for boa o bastante para carregar o título, então alguém
deveria fazer o trabalho.”
Deixando o resultado para Krishna, Dina
Sharana se inscreveu candidatura para GBC. Ela foi votada com unanimidade e
embora o processo normalmente dure dois anos – primeiro o pretendente se torna
um candidato e então um assistente e então uma GBC atuante e finalmente um GBC
plenamente eleito – Dina Sharana foi rapidamente promovida através disto já que
ela tinha servido na capacidade de GBC pro algum tempo. Em 2010 ela tornou-se
um GBC atuante e em 2011 nos encontros do GBC em Mayapur ela foi indicada como
uma GBC plenamente eleita para Alemanha, Áustria, Suíça e Lichenstein.
[...]
Em ser apenas a segunda mulher na
história a ser membro GBC plenamente eleito, Dina Sharana diz “Sim, houve
momentos alguns anos atrás em que eu era mais consciente que eu estava em um
corpo de mulher do que em qualquer outro momento de minha vida. Mas eu não
senti nenhuma resistência de forma alguma do GBC. Eu não acho que há somente
duas mulheres no GBC porque os membros masculinos tem algo contra isto – é
apenas porque não muitas mulheres fizeram o trabalho requerido para aquele tipo
de posição antes. Estou convencida de que a pessoa que faz o trabalho consegue
o trabalho independente do corpo deles.” Ela acrescenta: “Não há a questão
mulher/homem. Uma questão apenas surge se homens comportam-se como homens e
mulheres comportam-se como mulheres, ao invés de transcenderem suas
mentalidades e seus corpos e apenas serem servos de Krishna.”
Ela acredita, entretanto, que membros
GBC mulheres podem trazer vantagens positivas para a liderança da ISKCON. “ Nós
somos mães, portanto nós temos um modo diferente de pensar e reagir”, ela diz.
“Há certas coisas que os homens não vêem, ou que eles não sabem como lidar.
Estou certa de que mulheres qualificadas podem ajudar a localizar muitas coisas
que ocorreram de errado no passado da ISKCON e proverem valiosas dicas de como
consertar estes problemas e evitar mais erros no futuro.”
[...]
“Meu maior objetivo para o futuro como
GBC e fazer o que eu puder para ajudar toda a liderança da ISKCON Alemanha a
alcançar todo o seu potencial.”
Leia mais:
Tradução e resumo: David Britto 06/04/2011
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