sexta-feira, 16 de março de 2012

Dina Sharana Dasi Torna-Se a Segunda Mulher Membro do GBC


Dina Sharana Dasi Torna-Se a Segunda Mulher Membro do GBC
Por Madhava Smullen para ISKCON News em 25 Mar 2011
Dina Sharana Dasi


Neste ano no encontro anual da Comissão do Corpo Governamental – a autoridade administrativa máxima da ISKCON – em Mayapur, Índia, a discípula alemã de Prabhupada Dina Sharana Dasi tornou-se nada menos do que a segunda mulher na história a aceitar a posição de membro GBC plenamente-eleito.

Seu caminho lá começa uma década atrás: Um dia, enquanto lavava panelas em sua cozinha, ela teve o que ele chama seingebung em alemão – uma espécie de visão inspiradora em sua mente – onde Srila Prabhupada lhe disse algo que mudaria sua vida.

Dina Sharana é cuidadosa ao explicar que a inspiração foi apenas em sua mente, não alguma visão mística – ela é muito prática, mulher com os pés no chão com nenhum pouco de toque de Nova Era sobre si e sem ilusões de avanços espiritual prematuro. Mas ela está certa de que as palavras que ouviu Srila Prabhupada dizer em sua mente eram para ser tomadas seriamente. Na tradição Vaishnava, palavras faladas pelo guru durante sonhos noturnos devem ser tomadas seriamente – então por quê estas deveriam ser diferentes?

“Estou preocupado em minha meditação, porque meu movimento na Alemanha destruindo-se e ninguém está cuidando dele”, disse Srila Prabhupada.

Naquele momento, Dina Sharana não estava certa do que ela poderia fazer sobre isto, do porque ela estava recebendo esta inspiração espiritual. Ela não estava envolvida em administração e ela não vivia nem mesmo perto de um templo.

[...][i]

Por vários anos Dina Sharana cozinhou toda a prasadam para as reuniões ela mesma, levou-a de carro com as Deidades – anteriormente do templo de Wiesbaden – para o local, subia três andares e arrumava tudo.

 “Depois dos programas, eu limpava, levava as Deidades de carro e todo o equipamento de volta para casa e carregava-os escada acima para meu quarto” diz ela. “Levava uma semana para colocar tudo no lugar normal novamente.”

[...]

Aproximadamente seis meses depois desta experiência Dina Sharana se viu convidada para os encontros do Conselho Nacional da ISKCON Alemã. Refletindo o estado do Yatra, os encontros foram controversos e improdutivos, construído em tensão do modo como eles iam. Finalmente Dina Sharana não pode suportar mais e disse, “Não podemos continuar deste jeito.”

Ela falou intensamente, insistindo que seu programa mensal fosse chamado de templo, embora ele não tivesse um local permanente. Apesar de tudo, as Deidades originais estavam sob seus cuidados e um grupo de devotos estavam reunidos ao redor delas. Sentindo o entusiasmo dela crescer, ela continuou a falar expressando suas idéias e opiniões em outros tópicos.

Logo depois dos encontros ela foi eleita deputada da ISKCON Alemanha, embora a maioria dos memros do Conselho Nacional sequer a conhecessem. [...] Tínhamos mais de um milhão de Euros em dívidas, vários grupos Hindus tentavam comandar nossos templos e o Yatra inteiro estava se destruindo.”

[…]

Em 2005, com a determinação e confiança características ela voou para Mayapur a sede da ISKCON e falou para o administrador “Eu quero falar com o GBC.”

[...]

 “...Então através de alguns devotos que conheci eu cheguei no secretário e passo a passo eu fiz meu caminho para os encontros do GBC.” O GBC deu a Dina Sharana vinte minutos para falar. Ela falou por mais de uma hora. Ela lhes disse com urgência e poder o quanto de dificuldade a Alemanha passava, o quanto ela estava carente e como ninguém estava tomando conta disto. Ela apresentou-lhes um plano detalhado para tirar a ISKCON Alemanha desta bagunça que ela estava.

[...]

No caminho de saída de Dina Sharana o GBC Húngaro Sivarama Swami a seguiu e lhe pediu para explicar seu plano para a Alemanha em mais detalhes. [...] e lhe deu uma doação de 5.000 euros. O corpo do GBC fez o mesmo lhe dando outros 5.000 euros do orçamento deles. Foi apenas uma gota no oceano do débito da Alemanha mas fez Dina Sharana sentir que o GBC tinha lhe escutado, que eles a estavam apoiando e tentando ajudar. Quando ela voltou para casa, havia trabalho a ser feito. Havia seis casos judiciais pendentes com mais de um milhão de euros que a ISKCON Alemanha devia a vários devotos, que eram muito inimigos contra o movimento como resultado. Dina Sharana programou para contatar cada um pessoalmente pedindo-lhes para serem pacientes e prometendo que ela prestes a fazer tudo que podia para lhes pagar.

Ela convenceu então todos os presidentes de templo na Alemanha a seguir com seu plano e com a pequena quantia de ajuda financeira que eles pudessem dar continuaria com a campanha de arrecadação para pagar o débito. “A primeira doação que consegui foi de uma senhora paupérrima, que comprometeu-se a dar a cada dois meses €2,50 pois ela estava muito inspirada pelo meu esforço embora não tivesse nada” diz Dina Sharana. “Em retribuição, eu fiquei tão inspirada por ela que usando seu exemplo fui capaz de levantar €700.000 e liquidar quase todo nosso débito.

Para assegurar que nenhum novo débito ocorresse, Dina Sharana começou a reconstruir os sistemas e logo se viu completamente envolvida na administração da ISKCON Alemanha em todos os níveis. Ela era essencialmente o GBC atuante para o país.

Mas havia um problema. Dina Sharana era uma mulher.

“Muitos dos homens não gostavam desta mulher vindo de lugar nenhum e tomando todas essas decisões e lhes dizendo o que fazer” ela diz. “Não ajudou o fato de eu nem mesmo ter uma posição oficial. Pelos primeiros quatro ou cinco anos, houve muita politicagem contra mim e foi muito doloroso. Eu pensei que eu poderia ter um colapso nervoso. Eu decidi que eu não estava fazendo um favor a mim mesma nem para ninguém simplesmente fazendo o trabalho de um GBC se ter essa posição. Eu pensei ‘Se eu sou boa o bastante para fazer o trabalho, eu deveria ser boa o bastante para ter o título. Se eu não for boa o bastante para carregar o título, então alguém deveria fazer o trabalho.”

Deixando o resultado para Krishna, Dina Sharana se inscreveu candidatura para GBC. Ela foi votada com unanimidade e embora o processo normalmente dure dois anos – primeiro o pretendente se torna um candidato e então um assistente e então uma GBC atuante e finalmente um GBC plenamente eleito – Dina Sharana foi rapidamente promovida através disto já que ela tinha servido na capacidade de GBC pro algum tempo. Em 2010 ela tornou-se um GBC atuante e em 2011 nos encontros do GBC em Mayapur ela foi indicada como uma GBC plenamente eleita para Alemanha, Áustria, Suíça e Lichenstein.

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Em ser apenas a segunda mulher na história a ser membro GBC plenamente eleito, Dina Sharana diz “Sim, houve momentos alguns anos atrás em que eu era mais consciente que eu estava em um corpo de mulher do que em qualquer outro momento de minha vida. Mas eu não senti nenhuma resistência de forma alguma do GBC. Eu não acho que há somente duas mulheres no GBC porque os membros masculinos tem algo contra isto – é apenas porque não muitas mulheres fizeram o trabalho requerido para aquele tipo de posição antes. Estou convencida de que a pessoa que faz o trabalho consegue o trabalho independente do corpo deles.” Ela acrescenta: “Não há a questão mulher/homem. Uma questão apenas surge se homens comportam-se como homens e mulheres comportam-se como mulheres, ao invés de transcenderem suas mentalidades e seus corpos e apenas serem servos de Krishna.”


Ela acredita, entretanto, que membros GBC mulheres podem trazer vantagens positivas para a liderança da ISKCON. “ Nós somos mães, portanto nós temos um modo diferente de pensar e reagir”, ela diz. “Há certas coisas que os homens não vêem, ou que eles não sabem como lidar. Estou certa de que mulheres qualificadas podem ajudar a localizar muitas coisas que ocorreram de errado no passado da ISKCON e proverem valiosas dicas de como consertar estes problemas e evitar mais erros no futuro.”

[...]

“Meu maior objetivo para o futuro como GBC e fazer o que eu puder para ajudar toda a liderança da ISKCON Alemanha a alcançar todo o seu potencial.”

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Tradução e resumo: David Britto 06/04/2011


[i] [...] Trechos retirados para resumir a tradução. 

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